O
presente autor tem observado um terrível fenômeno por parte dos homens
contemporâneos com relação ao trato e ao respeito sobre o clero. Tal fenômeno
se traduz na arrogância dos homens contemporâneos e no seu desrespeito a
pessoas pertencentes às ordens clericais.
Atualmente
podemos ver monges, monjas, padres, freiras e sacerdotes em geral serem
desrespeitados, mal tratados, difamados e ridicularizados por leigos e por
pessoas que amam suas ignorâncias. Este fenômeno tem suas origens na Reforma
Protestante, na Revolução Francesa e, somado, aos escândalos atuais que depreciam
a imagem do clero.
A
Reforma Protestante (Séc. XVI) foi um movimento que contestou o intermédio da
igreja na interpretação das escrituras para o povo. Para Martin Lutero as
escrituras deveriam ir diretamente para o povo sem precisar passar pelo
intermédio da instituição, que por sua vez era composta por sacerdotes que
interpretavam as escrituras sagradas do Latim para a língua do atual país. O
que causou para Lutero um motivo de contestação, embora houvesse igrejas que já
fizessem os ritos no vernáculo atual.
Séculos
mais tarde, com advento do Iluminismo e sua forte influência na Revolução
Francesa e de suas incoerências, em virtude de ser uma releitura do período
clássico com severas alterações.
Com a Revolução Francesa (1789 – 1815), no seu afã de acabar com os dois
“estamentos”, a Aristocracia e o Clero, e nivelar tudo por baixo de acordo com
seu lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”
decidiram matar cerca de 20.000 padres e desincentivar o culto religioso. Eles,
os mais radicais revolucionários, chegaram a declarar:
“Enforcaremos o último rei nas tripas do último padre”. Daí já
podemos ver o processo de repúdio ao clero e a ordem.
Porém,
o Anticlericalismo se aprofundou na Revolução Russa (1917) em, não só a
Monarquia caiu, mas a Igreja foi perseguida e se instaurou um ateísmo
ditatorial em padres da Igreja Ortodoxa tiveram suas línguas cortadas para não
divulgarem o Evangelho. O mesmo aconteceu com os monges budistas na China e no
Tibet, em que foram perseguidos, estuprados, torturados e mortos pelos
comunistas. Assim como os sacerdotes taoístas tiveram de fugir da China. Observemos
que movimentos revolucionários tiveram papéis atuantes no Anticlericalismo a
fim de excluir uma autoridade moralizante, civilizatória e espiritual, pois
estava pautada na agenda revolucionária francesa.
Hoje
com os casos de pedofilia, adultério e demais escândalos tem denegrido a imagem
dos clérigos por parte dos revolucionários e das pessoas ignorantes que
maximizam os erros de uma minoria que cometem estes atos em favor de uma
supervalorização dos leigos, dos ignorantes e de certas instituições que
desejam se apropriar de todo um cultural religioso sem ter a lapidação,
iniciação e preparo para o conhecimento que estas pessoas não são capazes de
compreender e utilizam o superficial dos ensinamentos a fim de manter as massas
na ignorância em detrimento dos bons conselhos e ensinamentos doados pelos
sacerdotes, dentro de um esforço civilizatório de evolução espiritual.
Portanto
se faz necessário que o homem contemporâneo abandone sua arrogância, esvazie
sua taça a fim de beber dos ensinamentos ensinados por estes professores que
estão a um degrau de distância da iluminação e da busca da santidade.
“Obedecei a vossos dirigentes
e segui as suas orientações, porque velam por vossas almas, como aqueles que
hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso
não vos seria útil” (Hebreus 13:17)
Notas e referências bibliográficas: