“...um bom sono para você e um
alegre despertar” - trecho da propaganda dos cobertores
Parahyba
Toda vez que íamos dormir nossos pais solicitavam que fizessemos uma
prece antes de nos deitarmos, deles lerêm uma estória e pegarmos
nom sono. Alegavam que pedissemos aos nosso guardiões para nos
protegerem dos males e dos pesadelos, conseqüente desta prática
teriamos uma boa noite de sono.
Assim como nossos pais os monges e monjas nos sugerem praticarmos
uma meditação antes de dormirmos, e também, incentivam a recitação
de preces e uma reflexão referente as atividades cotidianas.
Pois durante o sono, ficamos
vulneráveis aos desejos de nossa mente, gerando causas, e as
formas-pensamentos famintas por energias vitais. Como foi dito nos
artigos anteriores toda causa se inicia no pensamento e como somos
seres sencientes, cônscios de nossas ações sabemos que pensamento
é causa, por isso devemos ter cuidado com o que pensamos e com o que
sonhamos, pois as atividades mentais não cessam durante o sono,
gerando causas1.
O Buddha afirmou que somos frutos de nossos pensamentos, ele nos
ensinava que durante toda u,a vida geramos causas por pensamentos,
pois como nos ensinava o Buddha “a mente é como um macaco
ensandecido e faminto”. Neste presente artigo concentremos nossas
atenções nas atividades mentais durante o sono, ou seja, os
sonhos.
Portanto, antes de dormirmos
poderíamos fazer a meditação a fim de conhecer a dinâmica de
nossos pensamentos e emoções com isso esvaziá-los e controlá-los,
respectivamente. Assim como devemos fazer preces para nos proteger
das formas-pensamento prejudiciais a vida e ao bem-estar.
Através destas ferramentas, antes
de dormir adquirimos o auto-controle, o auto-conhecimento e a
auto-realização. Sendo estas virtudes aristocráticas, defendidas
pelos ensinamentos expostos pelo Buddha Shakyamuni. Pois, a
aristocracia se começa com virtudes cotidianas, ou seja, ações,
palavras e pensamentos retos e, principalmente, com o combate as
nossas vicissitudes e ao nosso lado sombrio e negativo2.
Por isso a aristocracia se
relaciona com ideais sublimes, cujo início é o auto-controle. Pois
cometemos causas em sonhos e devemos, mesmo no mundo onírico,
vivenciarmos as nossas virtudes.
Epícteto3
Uma breve reflexão:
Durante três anos o presente
colunista, que escreve para a categoria “Religiões
outras” (nosso grifo),
fora feito utilizando as doutrinas e as ferramentas expostas pelo
Buddha somadas ao Estudo Comparado das Religiões a fim de colaborar
com o processo civilizatório, perdido em nossa sociedade. As vezes
precisamos retornar a fonte, a raiz, de onde viemos a fim de nos
reconectarmos conosco e recuperarmos a nossa essência. Pois nos
tornamos mais exotéricos4,
ou seja, mais voltados para o externo, para as formas e rituais
vazios do que ser reflexivos e interiorizados, pois temos uma vida
interior e não a buscamos.
Assim como tentar trazer
compreensão sobre os ensinamentos expostos pelo Buddha Shakyamuni
para a humanidade. Ensinamentos estes que refinam a nobreza humana e
nos reconectam com o nosso caminho esquecido pelo apego ao mundo
material e as sensações de prazer, assim como a recusa da dor, que
através da moralidade e do conhecimento da Lei de Causa e Efeito
(Dharma e Karma). Tentativa de compreensão cujo objetivo é trazer o
respeito a um ensino antigo, atemporal e desconhecido para nós
ocidentais angustiados pelo nosso devir histórico e por nossa falta
de prática com os ensinos esotéricos5
e atemporais.
Tais ensinos nos mostram a
realidade da dor, sua origem, sua natureza inevitável e pedagógica,
mas que podemos controlá-la através da não-identificação com ela
e de observá-la como um método pedagogico para a nossa caminhada
rumo ao Nirvana.
Sendo assim o onbjetivo deste
colunista, que vos escreve, é apresentar um dos muitos caminhos que
nos conduzem a auto-realização e a conexão com o Dharma, através
do caminhom interior deixado pelos grandes sábios do passado.
Notas:
1N.A.
(Nota do autor) – Durante o repouso noturno, sono, a mente
continua funcionando, pois este período é de descanso do corpo.
2N.A.
- Todos nós possuimos as nossas Sombras, um Eu em descordo com o
Dharma. Apegado a matéria e as sensações.
3Epiícteto
– Filosofo estóico romano, foi escravo de Epafrodito, sendo este
um secretário de Nero. Foi contemporâneo de Sêneca e escreveu um
livro dobre a Filosofia Estóica o “Enkeridion”.
4N.A.
- Ensinos aberto a todos, rituais e cerimônias populares com a
participação da população.
5N.A.
- Ensinos ministrados a um círculo seleto de pessoas.