quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Bons Sonhos e uma breve reflexão - a importância sobre as preces e meditações antes de dormir.


...um bom sono para você e um alegre despertar” - trecho da propaganda dos cobertores Parahyba


Toda vez que íamos dormir nossos pais solicitavam que fizessemos uma prece antes de nos deitarmos, deles lerêm uma estória e pegarmos nom sono. Alegavam que pedissemos aos nosso guardiões para nos protegerem dos males e dos pesadelos, conseqüente desta prática teriamos uma boa noite de sono.

Assim como nossos pais os monges e monjas nos sugerem praticarmos uma meditação antes de dormirmos, e também, incentivam a recitação de preces e uma reflexão referente as atividades cotidianas.

Pois durante o sono, ficamos vulneráveis aos desejos de nossa mente, gerando causas, e as formas-pensamentos famintas por energias vitais. Como foi dito nos artigos anteriores toda causa se inicia no pensamento e como somos seres sencientes, cônscios de nossas ações sabemos que pensamento é causa, por isso devemos ter cuidado com o que pensamos e com o que sonhamos, pois as atividades mentais não cessam durante o sono, gerando causas1. O Buddha afirmou que somos frutos de nossos pensamentos, ele nos ensinava que durante toda u,a vida geramos causas por pensamentos, pois como nos ensinava o Buddha “a mente é como um macaco ensandecido e faminto”. Neste presente artigo concentremos nossas atenções nas atividades mentais durante o sono, ou seja, os sonhos.

Portanto, antes de dormirmos poderíamos fazer a meditação a fim de conhecer a dinâmica de nossos pensamentos e emoções com isso esvaziá-los e controlá-los, respectivamente. Assim como devemos fazer preces para nos proteger das formas-pensamento prejudiciais a vida e ao bem-estar.

Através destas ferramentas, antes de dormir adquirimos o auto-controle, o auto-conhecimento e a auto-realização. Sendo estas virtudes aristocráticas, defendidas pelos ensinamentos expostos pelo Buddha Shakyamuni. Pois, a aristocracia se começa com virtudes cotidianas, ou seja, ações, palavras e pensamentos retos e, principalmente, com o combate as nossas vicissitudes e ao nosso lado sombrio e negativo2.

Por isso a aristocracia se relaciona com ideais sublimes, cujo início é o auto-controle. Pois cometemos causas em sonhos e devemos, mesmo no mundo onírico, vivenciarmos as nossas virtudes.

A verdadeira liberdade consiste no domínio dos impulsos”

Epícteto3



Uma breve reflexão:

Durante três anos o presente colunista, que escreve para a categoria “Religiões outras” (nosso grifo), fora feito utilizando as doutrinas e as ferramentas expostas pelo Buddha somadas ao Estudo Comparado das Religiões a fim de colaborar com o processo civilizatório, perdido em nossa sociedade. As vezes precisamos retornar a fonte, a raiz, de onde viemos a fim de nos reconectarmos conosco e recuperarmos a nossa essência. Pois nos tornamos mais exotéricos4, ou seja, mais voltados para o externo, para as formas e rituais vazios do que ser reflexivos e interiorizados, pois temos uma vida interior e não a buscamos.

Assim como tentar trazer compreensão sobre os ensinamentos expostos pelo Buddha Shakyamuni para a humanidade. Ensinamentos estes que refinam a nobreza humana e nos reconectam com o nosso caminho esquecido pelo apego ao mundo material e as sensações de prazer, assim como a recusa da dor, que através da moralidade e do conhecimento da Lei de Causa e Efeito (Dharma e Karma). Tentativa de compreensão cujo objetivo é trazer o respeito a um ensino antigo, atemporal e desconhecido para nós ocidentais angustiados pelo nosso devir histórico e por nossa falta de prática com os ensinos esotéricos5 e atemporais.

Tais ensinos nos mostram a realidade da dor, sua origem, sua natureza inevitável e pedagógica, mas que podemos controlá-la através da não-identificação com ela e de observá-la como um método pedagogico para a nossa caminhada rumo ao Nirvana.

Sendo assim o onbjetivo deste colunista, que vos escreve, é apresentar um dos muitos caminhos que nos conduzem a auto-realização e a conexão com o Dharma, através do caminhom interior deixado pelos grandes sábios do passado.

Notas:
1N.A. (Nota do autor) – Durante o repouso noturno, sono, a mente continua funcionando, pois este período é de descanso do corpo.

2N.A. - Todos nós possuimos as nossas Sombras, um Eu em descordo com o Dharma. Apegado a matéria e as sensações.

3Epiícteto – Filosofo estóico romano, foi escravo de Epafrodito, sendo este um secretário de Nero. Foi contemporâneo de Sêneca e escreveu um livro dobre a Filosofia Estóica o “Enkeridion”.

4N.A. - Ensinos aberto a todos, rituais e cerimônias populares com a participação da população.

5N.A. - Ensinos ministrados a um círculo seleto de pessoas.