Este artigo utiliza um conceito Judaico-cristão para falar sobre a Avareza (Mamon) e um conceito Indo-budista para falar sobre a Ilusão (Maya) e a relação entre o segundo e o primeiro neste processo triste de auto-escravidão.
A busca incessante por riqueza, prestígio e prazeres e o apego a estes fenômenos são fontes de sofrimento e de mazelas.
Os homens comuns presos a ilusão de riqueza e o amor ávido (paixão), os fazem buscar, de forma faminta e cega, pela conquista da riqueza e dos bens materiais insaciavelmente, sem consciência de seus atos, de seus pensamentos e das palavras. Focados em seus objetivos, sem medir causas e efeitos, sem visualizar as condições e as causas, ou seja, não observam o contexto e a conjuntura, tentando legitimar a velha retórica de que os “meios justificam os fins”.
Devemos entender que o dinheiro que entra em nosso bolso, e que conquistamos com o suor de nosso rosto, é uma energia atraída pelo desejo, pelo contexto trabalhista e pela Lei de Causa e Efeito. Porém, iludidos com a idéia do poder de compra que o dinheiro faz, somado a insaciabilidade e a inconseqüência, tornamo-nos escravos do consumismo exacerbado e sem limites. Observem que é necessário ter sabedoria e desapego para lidar com o dinheiro[1].
Assim como nos tornamos escravos de nossa avareza em desejar em ter mais em pouco tempo, da maneira mais fácil e sem doar uma parte dessa energia, não a fazendo circular, com medo de perder. É desta maneira que o apego aos bens materiais, a não contemplação dos ciclos de ascensão-apoteose-queda e a ausência do desapego nos escraviza à Roda de Samsara e ao sofrimento.
Maya Mamon
Toda a sociedade se tornou escrava de Maya (ilusão) e Mamon (avareza). Quando contemplamos esta realidade podemos exercer o desapego. Segundo o Buddha Shakyamuni que nos adverte e nos dá uma sugestão com relação a este problema: “A fadiga e os problemas do ciclo de nascimento e morte advêm da ganância e do desejo. Nutram poucos desejos, sejam receptivos e serão felizes em corpo e mente”[2].
Para sermos felizes não precisamos ser ricos e avarentos; podemos ser ricos e generosos. É a generosidade que nos leva à realizações sublimes[3].
E o dinheiro é a energia que nos possibilita a manutenção necessária para nossas vidas, porém sem apego[4].
Artigo escrito com a colaboração do jovem Sr. Anderson Roseti – Membro-obreiro da Assembléia de Deus.
Notas e referencias bibliograficas:
1 - HILTON, Susan - Feng Shui da Prosperidade - Rio deJaneiro: Bertrand Brasil - 2003 - pag. 37.
2 - YÜN, Hsing - Budismo Puro e Simples: Sutra das Oito Percepções dos Grandes Seres - Cótia: Cultural - 2003 - pág. 7.
3 - ROACH, (Gueshe) Michael - O Lapidador de Diamantes Estratégias de Buddha para gerenciar seus negócios e sua vida. -São Paulo: Gaya. 2007. pág 217.
4 - Idem - Idibem.