Evangelização, chakubuku, islamização, catequese e outras formas de proselitismo. Aonde se encontra o livre-arbítrio?
Um dos quadros mais angustiantes do cenário cultural religioso, que demonstra agressividade, escárnio pelo outro e pelo livre-arbítrio é o fenômeno do proselitismo, que acompanha o surgimento e o crescimento das seitas.
O proselitismo é a prática de tentativa de conversão. Todavia, este conjunto de ações não se mantém somente no âmbito religioso, mas também nos campos político-partidário, sócio-econômico, comercial -sistema de pirâmide, marketing de rede e networking – sociopolítico e, até, em manifestações bárbaras (gangues de rua, tribos urbanas, Modus Operandi animalesco e Modus Vivendi plebeu).
O proselitismo visa angariar membros através das técnicas de abordagem, divulgação da doutrina, promessas de milagres e benefícios, redenção de pecados e, às vezes, convencimento. Mas, estas são práticas exotéricas a fim de arregimentar pessoas e aumentar números, ou seja, um compromisso com a quantidade, desrespeitando o livre-arbítrio e desqualificando a posição de alguma pessoa.
O proselitismo religioso tem compromisso com o crescimento numérico, perdendo a qualidade em virtude de discursar para as massas e se concentrar nas questões dos resultados imediatos e mundanos, sem se preocupar com a qualidade do capital humano e com a moralidade dos ensinos expostos pelos heróis místicos.
As doutrinas expostas pelos Avatares acabam sendo desvirtuadas em favor de seguidores de mentalidade deturpada e mal-intencionada, formando assim corrente e subcorrentes, as seitas, que por sua vez são facções que assumem posturas diversificadas. Estas seitas se iniciam com uma minoria e acabam se estabelecendo como religião em virtude do crescimento numérico, devido a prática do proselitismo.
Porém, os Avatares sempre defendiam a posição do outro, ou seja, aquele que era de outra religião era compreendido, incentivado e defendido por estes iluminados mestres de sabedoria. Caso acontecesse alguma conversão à sua doutrina, este se dava em virtude do seu exemplo moral e de suas ações virtuosas e nobres.
Em uma viagem de Sua Santidade o Dalai Lama aos E.U.A. centenas de pessoas foram se encontrar com ele a fim de se converterem ao Budismo. Mas, ele recusou a conversão destas, afirmando que eles deveriam permanecer em suas tradições ancestrais e nacionais, que deveriam se tornar boas pessoas, através de suas práticas doutrinárias. Sendo assim, podemos afirmar que o correto é a pessoas viver com dignidade e Sua Santidade o Dalai Lama recusou a conversão daquelas pessoas em um ato de respeito e sabedoria.
Muitas pessoas engrossam as fileiras das instituições religiosas e seitas devido ao modismo, que segundo o cantor e compositor Oswaldo Montenegro, em uma entrevista a apresentadora Hebe Camargo, disse: “A moda é uma camisa de força da Arte”.
E ser você mesmo é uma Arte – a arte de viver.
Portanto respeitemos. Respeitem e serão respeitados.
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