Surameyamajjapamadatthana Veramant Sikknapadam
Samadiyami. - “Eu tomo o preceito de abster-me do vinho, álcool e entorpecentes
que causam a negligência”.
A
sociedade atual sofre com o mal das drogas e do alcoolismo que levam os homens,
porque não dizer a juventude, ao consumo destes entorpecentes, que nos afastam
da realidade.
Os
entorpecentes são produtos, tanto naturais quanto sintéticos, que produzem e
estimulam o delírio, o entorpecimento dos sentidos, a fantasia, a fuga da
realidade, a libertinagem, a imoralidade e o vício. Descaminhos estes que geram
prejuízos aos consumidores de entorpecentes, as famílias dos adictos e a
sociedade.
Partindo
da menor unidade, que é o indivíduo, este causa prejuízo para si mesmo ao fazer
uso de entorpecentes a fim de manter-se apartado da realidade e, conseqüente, negligenciando
a sua unidade consigo mesmo, mergulhando no delírio que se aproxima da loucura,
gerando também karma negativo.
Assim
como o bater de asas de uma borboleta pode causar um furacão em alguma parte do
mundo, as ações de um adicto em drogas ou mesmo um alcoólatra trazem prejuízos
aos seus familiares, que sofrem com as ações inconseqüentes e bestiais do
viciado, tais como a violência doméstica, o abandono, o furto de objetos, a fim
do adicto manter o seu vício, e a inserção deste no submundo do crime.
Ao
falarmos do submundo do crime, o adicto, com seu vício, alimenta este submundo
de violência, contravenção e destruição dos valores sociais e civilizatórios
com suas ações karmicas, que atingem a sociedade que precisa lutar contra o
crime e o fornecimento de entorpecentes e gerar leis e propagandas contra o
abuso de bebidas alcoólicas.
O
Budha Shakyamuni (Siddartha Gautama) expôs o ensinamento de encararmos a
realidade através da disciplina mental e moral, com o intuito de nos
libertarmos das ilusões. Sendo assim, ele mesmo deixou um legado para esta
libertação utilizando 5 preceitos
,
sendo um deles, o último de não se entorpecer e não se embriagar a fim
manter-se sóbrio e viver suas vidas com dignidade.
Alguns
críticos deste artigo irão dizer que isto é trocar um prazer por outro. Não!
Positivamente, não! O Budha nos ensina que a busca de prazer nos traz dores,
principalmente na manutenção do prazer que nos leva ao hedonismo, ao apego do
prazer, a repulsa da dor e dos reveses da vida, que consequente, nos leva a
dor.
Desta
forma, afirmamos que não existe consumo recreativo de entorpecentes, pois isto
é uma falácia para desculpar o vício e a imoralidade. Além dos entorpecentes
serem uma forma de controle da ilusão, do sistema hedonista e dos aliciadores
imorais e libertinos com o indivíduo cooptado e corrompido, como nos foi
alertado na obra “Admirável Mundo Novo”, em que o autor nos alerta para este
perigo, que na verdade é um projeto de poder que está em execução.
Sendo
assim, o uso de entorpecentes é uma ilusão perigosa e decadente para as
pessoas, que deveriam ter a mente livre para acessar a realidade e se conectar
com a sua chispa divina. E para a sociedade não cair na decadência criminal.
Portanto,
o budismo poderia ter ajudado a sociedade e as pessoas, com os seus preceitos e
com o Nobre Octúplo Caminho.
Notas e referências bibliográficas: