terça-feira, 19 de novembro de 2019

Arte marcial e fé.


Toda vez que observamos um ato de violência, nossas personalidades ficam inquietadas pelo desequilíbrio que se manifesta perante nós. Porém, devemos nos ater que dentro de nós existe um guerreiro que não de deixa sobrepujar perante a injustiça, a temeridade e o mal. Tal estrutura interior nos faz prevalecer perante os infortúnios, que nos fazem superar a bestialidade do conflito e buscar respostas para as nossas experiências.[1]

Nenhum dos Avatares incentivou seus discípulos e seguidores a entrarem em um conflito, mas sim evitá-los. Estes mestres de sabedoria nos ensinavam a travar a maior de todas as batalhas que era a luta pelo nosso caráter. Embora observemos tanto no budismo como no cristianismo os chamados Divindades Iradas e Santos Guerreiros, pois demonstravam um caráter combativo contra os males, injustiças e agentes da maldade. O que demonstra que não devemos ser passivos perante as atrocidades e infortúnios que nos levam a opressão e a loucura.

O próprio Jesus Cristo exortava seus discípulos a terem uma espada afim de se protegerem contra os ataques, mas que ele afirmava que seus discípulos não deveriam entrar no conflito:

“Perguntou-lhes Jesus: Quando vos mandei sem bolsa, sem alforge e sem sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? Responderam eles: Nada.
Então lhes disse: Agora, porém, o que tem bolsa, tome-a, como também o alforge; e o que não tem dinheiro, venda a sua capa e compre espada.
Pois vos digo que importa cumprir-se em mim o que está escrito: E ele foi contado com os transgressores; porque o que a mim se refere está sendo cumprido.
Disseram eles: Senhor, aqui estão duas espadas. Respondeu-lhes Jesus: Basta.”[2]

Parece um pouco contraditório, mas a verdadeira espada é a espada do espírito.[3]  Pois nossa natureza não é física mas espiritual, sendo um significado de superioridade mental que o nosso guerreiro interior a traz consigo diariamente, através da estratégia para vencer a violência, que toma parte da personalidade humana dando condições para o guerreiro interior alcançar um grau de evolução superior e conquistar o centro, ou seja , o guerreiro interior precisar esta centralizado a fim de vencer a violência.[4]



Citações e referência bibliograficas:


[1] ISASA, Michel Echenique – As Raízes da Violência: Conhecer para evitar. – Belo Horizonte  - M.G. – 2000 – Págs.  65 e 66.
[2]  Biblia Sagrada – Lucas 22:35 à 38.
[4] ISASA, Michel Echenique – Op. Cit. – Págs.  66, 68 e 69.


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