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quinta-feira, 11 de junho de 2020

O Anticlericalismo.



O presente autor tem observado um terrível fenômeno por parte dos homens contemporâneos com relação ao trato e ao respeito sobre o clero. Tal fenômeno se traduz na arrogância dos homens contemporâneos e no seu desrespeito a pessoas pertencentes às ordens clericais.

Atualmente podemos ver monges, monjas, padres, freiras e sacerdotes em geral serem desrespeitados, mal tratados, difamados e ridicularizados por leigos e por pessoas que amam suas ignorâncias. Este fenômeno tem suas origens na Reforma Protestante, na Revolução Francesa e, somado, aos escândalos atuais que depreciam a imagem do clero.

A Reforma Protestante (Séc. XVI) foi um movimento que contestou o intermédio da igreja na interpretação das escrituras para o povo. Para Martin Lutero as escrituras deveriam ir diretamente para o povo sem precisar passar pelo intermédio da instituição, que por sua vez era composta por sacerdotes que interpretavam as escrituras sagradas do Latim para a língua do atual país. O que causou para Lutero um motivo de contestação, embora houvesse igrejas que já fizessem os ritos no vernáculo atual.[1]

Séculos mais tarde, com advento do Iluminismo e sua forte influência na Revolução Francesa e de suas incoerências, em virtude de ser uma releitura do período clássico com severas alterações.[2] Com a Revolução Francesa (1789 – 1815), no seu afã de acabar com os dois “estamentos”, a Aristocracia e o Clero, e nivelar tudo por baixo de acordo com seu lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”[3] decidiram matar cerca de 20.000 padres e desincentivar o culto religioso. Eles, os mais radicais revolucionários, chegaram a declarar: “Enforcaremos o último rei nas tripas do último padre”. Daí já podemos ver o processo de repúdio ao clero e a ordem.[4]

Porém, o Anticlericalismo se aprofundou na Revolução Russa (1917) em, não só a Monarquia caiu, mas a Igreja foi perseguida e se instaurou um ateísmo ditatorial em padres da Igreja Ortodoxa tiveram suas línguas cortadas para não divulgarem o Evangelho. O mesmo aconteceu com os monges budistas na China e no Tibet, em que foram perseguidos, estuprados, torturados e mortos pelos comunistas. Assim como os sacerdotes taoístas tiveram de fugir da China. Observemos que movimentos revolucionários tiveram papéis atuantes no Anticlericalismo a fim de excluir uma autoridade moralizante, civilizatória e espiritual, pois estava pautada na agenda revolucionária francesa.

Hoje com os casos de pedofilia, adultério e demais escândalos tem denegrido a imagem dos clérigos por parte dos revolucionários e das pessoas ignorantes que maximizam os erros de uma minoria que cometem estes atos em favor de uma supervalorização dos leigos, dos ignorantes e de certas instituições que desejam se apropriar de todo um cultural religioso sem ter a lapidação, iniciação e preparo para o conhecimento que estas pessoas não são capazes de compreender e utilizam o superficial dos ensinamentos a fim de manter as massas na ignorância em detrimento dos bons conselhos e ensinamentos doados pelos sacerdotes, dentro de um esforço civilizatório de evolução espiritual.

Portanto se faz necessário que o homem contemporâneo abandone sua arrogância, esvazie sua taça a fim de beber dos ensinamentos ensinados por estes professores que estão a um degrau de distância da iluminação e da busca da santidade.[5]

“Obedecei a vossos dirigentes e segui as suas orientações, porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil” (Hebreus 13:17)


Notas e referências bibliográficas:


[1] TARNAS, Richard – A Epopéia do Pensamento Ocidental - Editora Bertrand Brasil – R.J. – págs. 256 e 257. História do Mundo – Editora Visor – Págs. 94 e 95. Martin Lutero, Nascido em 10 de novembro de 1483, em Eisleben – Turíngia, foi ordenado sacerdote em 1507.
[2] BASTOS, Roberto – Direto Aos Assuntos: Idéias soltas e marcantes – Editora Autografia – R.J. – págs. 70 e 71.
[3] Liberté, Igualité et Fraternité. TARNAS, Richard – A Epopéia do Pensamento Ocidental - Editora Bertrand Brasil – R.J. – pág. 336.
[4] Visto que a chamada “Fase do Terror” da Revolução Francesa foi reinada pela Oclocracia.
[5] BASTOS, Roberto – Op. Cit. – págs. 165 e 167.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Ateísmo: Uma discussão analítica sincera.

Analisemos o ateísmo como um fenômeno sócio filosófico e sejamos justos com a posição ideológica dos ateus, pois eles são necessários.  
 
O ateísmo é a descrença em Deus ou Deuses e até em sistemas religiosos ou doutrinas. Sendo, os ateus,considerados como aberrações biológicas e hereges desafiadores e desrespeitosos, em virtude de suas posições e opiniões.
Os ateus são pessoas como nós e como todo mundo, diferentes, pois apresentam uma racionalidade mais aguçada que as demais pessoas. Podemos considerar este racionalismo agudo como uma virtude que impulsiona a prática da investigação filosófico-científica.
Contudo esta investigação se apresenta comum grau significativo de falhas, em virtude da ausência de comparação nos processos de pesquisa. Sendo que os fanáticos e os fundamentalistas1, também não o fazem. Aliás, a comparação é uma heresia mortal para os fanáticos e a investigação, para eles, precisa ser superficial, irreflexiva e legitimadora dos desvios morais, intelectuais e discursivos.
Retornemos as nossas atenções sobre os ateus e o ateísmo, por refutarem as crenças, opiniões e teorias abstratas, assim como, as ações e os discursos contraditórios de crentes e fanáticos religiosos, atraíram para ele rivalidades que beiram a Santa Inquisição.
O ateísmo foi uma ideia formada entre os Séculos VI a.C e V a.C pelas escolasSankhya, Mimansa e Carvakas2 e por Diágoras3, esta ideia foi tomando força devido a separação da ciência com a religião, fornecendo através de seus métodos investigativos, o fermento para suas bases, ou seja, a ciência deu as bases concretas materiais e filosóficas para refutarem as doutrinas religiosas.
Porém, a atitude cética dos ateus os afastou de seu lado mais intuitivo e metafísico, aproximando-os do materialismo radical e do hedonismo4 aprisionando-os nas redes deMaya (ilusão).
Desta forma o ateísmo tomou força desde a antiguidade, saltando para o Renascimento, passando pelo Iluminismo e o Séc. XIX, com a Teoria do Evolucionismo, o uso indiscriminado da tecnologia e a fé inabalável na Ciência, mas a parte intuitiva e metafísica ficaram atrofiadas e sua visão de mundo resumiu-se aos fenômenos físicos, químicos e comportamentos básicos (instintivos) por parte do mundo e dos outros.
Entretanto célebres ateus, como o filosofo suíço Alain de Botton, o escritor Estadunidense Chris Stedman e o professor de Ciência Política Peter Steinberger, propõem um diálogo e posturas condizentes a fim de reforçar a posição dos ateus e do ateísmo em uma sociedade plural e livre, assim como assegurar as conquistas das Ciências nos campos da Natureza e uma aceitação maior pela diversificação de ideias e liberdade de expressão5.
Embora os ateus sejam grandes opositores das Religiões, religiosos e místicos iniciáticos, a posição deles já foi muito grande nas sociedades atuais, se tornaram importantes e necessárias, pois a função da oposição é esta: apontar e expor os erros e contradições, gerando um feedback e um postura de mudança nos atos6. Pois, a refutação é importante para os religiosos e místicos passarem a utilizar a razão, a investigação e a comparação analítica sem abandonar a fé e a sua essência intuitiva.
O ateísmo se tornou necessário para a sociedade e o seu crescimento civilizatório, porém se faz necessário abraçar e conhecer seus lados intuitivos e metafísicos sem abandonar o seu racionalismo cético que o leva a investigação.
Portanto ateus e agnósticos são pessoas que compõem o mosaico de ideias na sociedade, contribuindo com o diálogo e o progresso, pois devido as suas posturas racionais e abertas, com eles existe o diálogo, ao contrário dos fanáticos e fundamentalistas.
Notas e referências bibliográficas:
1N.A. (Nota do Autor) – Neste caso utilizaremos o termo “fundamentalista” como referencia aos adeptos que utilizam interpretações literais de suas doutrinas.
2N.A. - Escolas filosóficas védicas que rejeitavam a ideia de divindade, sendo aCarvakas mais materialista de todas.
3N.A. - Poeta e sofista grego manifestou-se contra a religião grega e os Mistérios Elêusinos.
4Hedonismo – Teoria filosófico moral que afirmava que o Prazer é o bem supremo da humanidade. Foi criado por Aristipo de Cirene ( C.435 – 335 a.C.), na Grécia. Ver MARCONDES, Danilo – Introdução a História da Filosofia: dos Pré- Socráticos a Wittengeistein – Editora Zahar – Rio de Janeiro – R.J. - Págs. 53 a 54. e TARNAS, Richard – A Epopeia do Pensamento Ocidental – Bertrand Brasil – Rio de Janeiro – R.J. - pág. 123.
5PONTES, Felipe e VENTICINQUE, Danilo – O Ateísmo “Paz e Amor” - In Revista Época nº 798 – Editora Globo – São Paulo – S.P. - págs. 58 e 60.
6COUTO, Ronaldo Costa – História Indiscreta da Ditadura e da Abertura– Brasil: 1964-1985 – Record –Rio de Janeiro – 2003– pág. 58.