Este blog tem o objetivo de armazenar os comentários, contos e artigos referentes ao Budismo, ao Cristianismo Esotérico e ao Estudo Comparado das Religiões, utilizando a linguagem da História, Filosofia e da linguagem jornalistica como forma de colaborar com o processo civilizatório.
domingo, 26 de janeiro de 2014
Kung-an – Entre a colina e a montanha.
Este Kung-an nos mostra sobre o apego a ilusão de ganhos e perdas e ao medo que nos acompanha, mostrando o vazio em todos os ciclos de nossas vidas.
Um comerciante foi à um monge Chan (zen) para se aconselhar sobre um empreendimento que desejava fazer, pois estava com dúvidas sobre o resultado deste empreendimento, observava os lucros e as perdas, porém ele se concentrava no medo das perdas.
Ao encontrar com o monge, que estava meditando em frente a uma colina e a uma montanha. O homem chegou até ele e pediu sua licença, o monge terminou a meditação, o comerciante o cumprimentou com reverência e lhe dirigiu a palavra:
- Mestre! Tenho uma dúvida. Tenho desejo de progredir em meus negócios mas a atualidade me mostra imensas dificuldades que podem me levar à ruína. O que devo fazer?
O monge ouviu a pergunta, pensou com o olhar na paisagem que se apresentava, a colina e a montanha que compunham a paisagem. Então com este contexto o monge teve um insight e sorrindo disse ao homem:
- Para se tornar o rei da montanha deve descer da colina aonde tu resides, porém, nunca sabemos o que nos aguarda lá em baixo, nos vales. Mas para alcançar o cume desta montanha deves então realizar esta jornada. Ascensão, apoteose e queda são fenômenos da vida em que todos estamos expostos. O Buddha uma vez disse "a decadência é para todos", mas nada é para sempre quando uma criança caí, o que resta é se levantar. Portanto, bom homem realize esta viagem contemplando o vazio (Sunyata) nestes fenômenos.
Então o comerciante ao ouvir as palavras do monge refletiu, sorriu e agradeceu ao sábio pelo conselho com a certezade que a vida é movimento e assim se imbuíu de coragem e partiu.
* Este Kung-an foi escrito e adaptado de um diálogo ocorrido entre o autor e um ilustre senhor nipônico sobre os fenômenos da movimentação e o conforto que nos leva a inércia. (de minha autoria)
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