domingo, 26 de janeiro de 2014

Kung-an (Koan) – Lições sobre o bambu.

Este Kung-an nos mostra a importância de não sermos imediatistas, observarmos os processos e contemplarmos a verdadeira natureza dos fenômenos.
Uma adolescente angustiada e um grande negociante imediatista foram ao templo para tirar suas dúvidas com algum monge Ch' an (zen). Ao chegarem, encontraram uma monja que realizava o plantio de bambus em um canteiro do templo. Depois de cumprimentarem a monja. Fizeram Suas respectivas perguntas: Adolescente angustiada – "Mestra, uma terrivel dúvida paira em meu coração. Por que preciso estudar? O mundo não parece valorizar isto e o que importa para as pessoas é o lucro imediato. Mestra, com respeito não sei por que devo ter paciência para ter sucesso?" Negociante imediatista – "Mestra, Com relação a pergunta da jovem tenho a mesma dúvida, já que sou comerciante. Por trabalhar com comércio e prestação de serviços necessito de lucro rápido e imediato, pois contas a pagar e uma famíla para sustentar. Quando vou realizar um empreendimento, que acredito que vair dar certo e o lucro será imediato, ocorre que se torna um processo, do qual não desejo que haja. Mestra, com respeito não sei por que devo ter paciência para ter sucesso."
A monja olhou para os dois inquiridores, respirou profundo olhando para os bambus e para os brotos de bambus. Neste momento, ela teve um insight e voltou o rosto para os dois com um sorriso nos lábios, lhes respondeu: Monja- "O Dharma esta contido em todas as coisas. O Dharma esta na virtude da paciencia e no contemplar a verdadeira natureza das coisas. Observem estes bambus. Os bambus grandes demoram para crescer. Não é verdade?" Ambos os consulentes responderam que sim. E perguntaram: Consulentes – "Mas mestra o que isto tem haver com nossa pergunta?" Ela responde: Monja – "O bambu que é semeado no solo, lança primeiro suas raízes, porém isto leva uns cinco anos, ou seja, cinco anos se enraízando no solo para ficar bem firme, enquanto ele é um brotinho minusculo, quase insignificante. Após este período ele cresce, só que bem mais rápido. Observem nobres discípulos. Primeiro ele se enraizou por um longo tempo para depois se desenvolver. E quando já maduro ele é flexivel, mais do que o carvalho, pois nenhum vento o derruba, e este é o segredo da durabilidade do bambu. E esta é a lição que os bambus deixam para nós, tudo tem seu tempo e precisamos contemplar a verdadeira natureza dos fenômenos para não cairmos nas ilusões e sofrermos com isso." A jovem e o negociante agradeceram o ensinamento e partiram sorrindo.
* Extraído e adaptado de um dialogo trava do entre o autor e um padrinho de casamento. Um diálogo sobre a vivencia dos processos na vida intima e diária.

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